Série: Contos do Meu Condomínio
O Tropicale Está em Chamas (E Não É de Amor)”
O Tropicale Está em Chamas (E Não É de Amor)"
Por um jornalista infiltrado (mas nem tanto).
Amigos do Condomínio Borges Landeiro Tropicale, vamos combinar: quem precisa de novela quando temos o nosso condomínio? Aqui, drama, ação, suspense e até uma pitada de comédia se desenrolam com uma intensidade que faria Pantanal parecer uma história de pescaria!
De um lado, temos a Comissão de Moradores do Condomínio Tropicale (CMCT), uma turma incansável que decidiu trocar o sofá e a Netflix por reuniões intermináveis e um plano audacioso: trazer transparência e ordem para o nosso caldeirão condominial. Do outro, a administração, que parece ter saído diretamente de um episódio de House of Cards. E no meio, nós, moradores, assistindo tudo com uma pipoca na mão e muita pergunta na cabeça.
A Revolta dos Conselheiros (Ou Falta Deles)
Vamos começar pela questão do playground, essa "grande obra" que, ao que tudo indica, apareceu do nada, como se fosse obra de duendes mágicos. Disseram que foi "validado na campanha do síndico" e "ratificado pela comunidade". Só esqueceram de nos convidar para essa "ratificação", porque, olha, eu chequei a ata da assembleia e não tem uma vírgula sobre isso. Tá mais vazio que o bolso depois do IPTU!
E os conselheiros, hein? A nossa querida convenção é bem clara: eles precisam fiscalizar e registrar tudo em livro próprio. Mas até agora, esse livro parece mais um volume perdido da saga Harry Potter: a gente só ouve falar, mas nunca viu! Alguém chama a Hermione, por favor!
Quem Paga o Pato?
Temos também o caso dos contratos misteriosos. É um tal de "ProForce aqui", "Prudential ali", e um festival de cifras que deixam a gente mais perdido que cego em tiroteio. O resultado? Contratos que custam até 25% a mais do que em condomínios semelhantes. Será que estão incluindo champanhe e caviar no pacote? Ou é só incompetência com um toque de má vontade?
E o uso de recursos pessoais do síndico para custear despesas condominiais? Com reembolso posterior, claro. Isso aqui é condomínio ou banco privado? Essa prática é tão irregular que até o Código Civil deve estar pedindo arrego!
A Ditadura das Portarias
Agora, a melhor parte: as regras para ser síndico. No Tropicale, não basta ser maior de 18 anos, não ter ficha suja e ser morador. Aqui, precisa ser quase um CEO com diploma de Hogwarts. Quer ser síndico? Mostre seu diploma de bacharelado, forme uma chapa completa, e, de preferência, tenha um MBA em como sobreviver a assembleias furiosas. Tudo isso sem nenhuma aprovação em assembleia ou respaldo na convenção, claro.
E tem mais: na última eleição, tivemos um desfile de procurações! A esposa do síndico apareceu com 38 delas, como se fosse a rainha do baile, decidindo tudo por todos. Isso não é democracia, é monopólio de votos. O que aconteceu com o princípio do sufrágio direto, minha gente? Alguém avisa que estamos em 2024 e não em Game of Thrones?
A CMCT: O Rebuliço Necessário
A CMCT surgiu como um verdadeiro plot twist nessa história. Formada por moradores que resolveram trocar o "deixa pra lá" pelo "vamos resolver", a comissão está desafiando a inércia e os abusos. Com reuniões, notas, advogados e até um site, eles estão mostrando que organização é a chave para botar ordem no caos. Sim, algumas vezes são taxados como "os que não têm nada pra fazer", mas, sinceramente, se ninguém fizesse nada, estaríamos até agora tentando entender de onde saiu o playground mágico.
"Participe, ou Veja do Sofá"
Por fim, deixo um recado importante: as assembleias precisam de vocês. Sim, você mesmo, que prefere ver o jogo do Flamengo enquanto os outros decidem como o seu dinheiro vai ser usado. Não deixe uma minoria decidir por você. Compareça, questione, opine. Lembre-se: "nossa casa e nosso quintal" merecem atenção.
E para aqueles que acham que tudo isso é exagero, pergunto: quando foi a última vez que você leu a convenção do condomínio? Pois é. Talvez esteja na hora de parar de reclamar na padaria e começar a fazer diferença na assembleia.
Porque aqui no Tropicale, a realidade supera qualquer ficção.
Até a próxima, e boa sorte!